Todo mundo um dia usou ou usa os serviços de manicures e podólogos. Se pararmos para avaliar, veremos que todo o salão tem manicures em série. A sensação que dá é que pessoas sem nenhum tipo de capacitação podem dizer que são manicures e podólogos fazer as unhas dos clientes.
Em qual salão de beleza nós verificamos o curso de habilitação para estes profissionais? Será que elas sabem dos riscos que estão correndo em relação ao contágio de várias doenças? E o quanto se coloca em risco a saúde dos clientes e deles mesmos. Será que elas sabem que é obrigatória a vacinação contra as hepatites B e C, por exemplo? Quantas vezes questionamos se o aparelho esterilizador (autoclave) que em alguns salões de beleza deixam a vista dos clientes sofrem revisões regulares?
Pois, um estudo realizado pela enfermeira do Hospital Emilio Ribas, em São Paulo, Andréia Cristine Deneluz Schunck de Oliveira, mostrou que 81% das manicures não se previnem em relação às hepatites. Mais de 55% não sabiam que as doses das vacinas são distribuídas gratuitamente nos postos de saúde para profissionais da área e que inclui as manicures e podólogos.
O estudo mostrou ainda que 74% dos profissionais não lavam as mãos entre o atendimento de um cliente e outro. Além disso, a maioria não efetuava a esterilização adequada e uma grande parte (74%) das manicures não sabiam a forma de transmissão da hepatite.
Como podemos perceber, estamos a mercê de profissionais totalmente despreparados. Os salões e institutos de beleza devem primar pela seleção, capacitação de seus profissionais. Essa realidade encontrada pela pesquisadora do Emilio Ribas não é exclusiva. Certamente, no imenso Brasil a fora, a coisa deve ser bem pior.
Devemos ser mais do que clientes, devemos ser fiscais desses serviços e denunciar aos órgãos competentes como a Vigilância Sanitária, toda vez em que suspeitarmos de serviços desqualificados. Levar seu material de consumo dentro da bolsa não resolve a questão. Podemos perceber que a problemática vai muito além das ferrramentas de trabalho.
Fica aqui o alerta, ao sentarmos com a nossa manicure ou podólogo existe sempre o momento de bate-papo. E conversa vai, conversa vem, vamos indagando sobre os conhecimentos dele (a). É lógico que a intenção não é prejudicar nenhum profissional e sim fazer com que tenham consciência dos riscos que correm e estão colocando os clientes e irem em busca de proteção à saúde.